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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Biguanida polimérica para ação desinfetante



A utilização de antimicrobianos em formulações sanitizantes e desinfetantes tem como objetivo a manutenção de altos níveis de higiene e limpeza. A demanda por saneantes com atividade antimicrobiana tem aumentado de forma expressiva nos últimos anos, resultado da necessidade de manter os ambientes mais saudáveis e seguros, livres de microrganismos que possam causar algum dano ao homem.

Um consumidor bem informado tem exigido produtos sanitizantes e desinfetantes de alta performance, o que faz os profissionais terem como desafio o desenvolvimento de formulações eficazes e de baixa toxicidade, ou seja, seguras para o homem e meio ambiente. É necessário também atender à legislação vigente, e, em alguns casos, de diferentes partes do mundo globalizado.

O grupo das biguanidas vem sendo estudado como potencial e versátil antimicrobiano desde 1879, na preservação de cosméticos e produtos farmacêuticos, mas principalmente como princípio ativo em formulações desinfetantes e sanitizantes para diversas áreas de aplicação.

A biguanida polimérica, conhecida como PHMB foi sintetizada juntamente com a clorexidina nos laboratórios da ICI na Inglaterra(1) e denominada comercialmente como Vantocil IB. Estudos demonstraram a performance superior da biguanida polimérica quando comparada a outras biguanidas como por exemplo a clorexidina(2). Através de pesquisas, constatou-se os benefícios de performance do PHMB como agente antimicrobiano ressaltados pelo amplo espectro de ação para controle de bactérias Gram-positivas, Gram-negativas, vírus e microrganismos resistentes a antibióticos.

Outro ponto importante foi a comprovação de eficácia em condições adversas como presença de matéria orgânica e água dura. O amplo espectro de ação do PHMB aliado a propriedades como boa estabilidade térmica, baixa formação de espuma, alta solubilidade em água, baixa volatilidade e corrosividade somados aos extensos estudos de toxicidade em mamíferos e ao meio ambiente, caracterizam o PHMB como um antimicrobiano de última geração, seguro, eficiente e versátil para formulação de desinfetantes e sanitizantes de uso geral, institucional ou doméstico.

No Brasil o PHMB é um ativo antimicrobiano autorizado pelo Ministério da Saúde conforme ofício 278/89 da Secretária de Vigilância Sanitária de 14 de Novembro de 1989, que o inclui à Portaria 15/1988 subanexo 1, alínea H do grupo químico biguanidas. As aplicações autorizadas incluem: (1) desinfetante de uso geral, (2) desinfetante para indústria de alimentos, (3) desinfetantes hospitalares para superfícies fixas e artigos semi-críticos, (4) sabonetes antisépticos, (5) detergentes sanitizantes e (6) desodorizantes.


Atividade antimicrobiana do PHMB – O PHMB vem sendo estudado há décadas, como ingrediente ativo em formulações desinfetantes inclusive para uso em indústrias alimentícias, no controle de microrganismos patogênicos como Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa.

Sua atividade é mantida na presença de matéria orgânica como leite, sangue ou lbumina. Desinfetantes contendo PHMB como princípio ativo podem ser utilizados na desinfecção de equipamentos, pisos, paredes em sistemas abertos ou CIP (Clean-In-Place).

Em hospitais e áreas de saúde o PHMB também é indicado para desinfecção de pisos, paredes, mobiliários e artigos semi-críticos. A sua eficácia no controle de bactérias resistentes a antibióticos e vírus pode ser um benefício extra para controle de infecções hospitalares.


PHMB – formulando Desinfetantes – O PHMB apresenta caráter catiônico, é compatível com uma grande variedade de matérias primas que poderão ser utilizadas de forma a auxiliar na performance do desinfetante ou agregar funções como por exemplo de limpeza. Tensoativos não-iônicos, co-solventes, espessantes e agentes seqüestrastes poderão ser utilizados conforme necessidade. A alta solubilidade em água permite obter formulações límpidas e transparentes mesmo em condições ácidas ou alcalinas, desde que observadas algumas orientações.

Em situações onde a aparência da superfície após higienização é um fator determinante, como vidros ou superfícies transparentes, o PHMB tem a vantagem de não deixar manchas ou marcas na superfície após secagem, não alterando o brilho da mesma.


Referências
1.J. F. Gardner, D Phil., K. G. Gray, Disinfection, Sterelization and Preservation, Block, 3ª edição, capítulo 12, pag 267-268.
2.A. Davies, B.S. Field, The Bactericidal action of biguanides, Biochem Journal, 1967, vol. 106 nº 5, 46.
 Fonte: Freedon

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