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quarta-feira, 8 de junho de 2011

POLÍMEROS MULTIFUNCIONAIS PARA LAVAGENS DE ROUPAS


RESUMO
Lavagem e remoção de manchas de tecidos sempre foi uma árdua tarefa e a busca por materiais que facilitasse este dever é de grande interesse. Há algum tempo é conhecido que alguns polímeros possuem a propriedade de retirar com mais facilidade essas manchas, porém a busca por maior eficiência de ação continua. Surge um novo polímero com essa finalidade e outros benefícios, para aplicações em detergentes lava-roupas, seguindo as necessidades do mercado.
INTRODUÇÃO
Polímeros orgânicos estão presentes em detergentes lava-roupas, onde as opções mais comuns de polímeros para esta aplicação incluem homo e copolímeros dos ácidos acrílico e maleico e polivinilpirrolidonas (Tabela 1). Além dos polímeros e efeitos descritos na tabela 1, há ainda uma outra classe de polímeros, os chamados soil release polymers. Tais polímeros se depositam na superfície dos tecidos, prevenindo que a sujeira penetre profundamente e tornando a remoção desta sujeira mais fácil na lavagem subseqüente. Dentre as classes de soil release polymers, podemos citar os poliacrilatos/polimetacrilatos, polioxietilenos fluorados, poliuretanos e silicones (2).


Tabela 1: Polímeros comumente utilizados em detergentes em pó e seus efeitos (1)
PolímeroEfeito
Copolímero de ácido acrílico e maleico (alto peso molecular)Anti-incrustante, redução da viscosidade do slurry, anti-redepositante
Copolímero de ácido acrílico e maleico (baixo peso molecular)Redução da viscosidade do slurry, agente dispersante
Polímero de ácido acrílico de alto peso molecularDispersante
Polímeros de ácido acrílico de baixo peso molecularAnti-redepositante e dispersante
PolivinilpirrolidonaInibidor de transferência de cor


A tendência do mercado atual é de utilização de polímeros multifuncionais, não só com maior eficiência, mas auxiliando na remoção de manchas mais difíceis e menor agressividade ao meio-ambiente. Dentro destas novas opções, os poliésters têm se destacado, pois apresentam melhor perfil de biodegradabilidade e agregam múltiplos benefícios à formulação de detergentes lava-roupas.
Polímeros PET-POET
Os chamados polímeros PET-POET (Figura1) são poliésteres derivados dos ácidos polietileno tereftalálico (PET) e polioxietileno tereftálico (POET). Quando agregados a detergentes lava-roupas, tais polímeros atuam não só como agentes de soil release, mas também como anti-redepositantes, dispersantes além de melhorar a detergência primária.

Figura 1
Efeito Soil Release
Sujeiras oleosas são difíceis de remover de tecidos sintéticos, como poliésteres, e suas misturas, como poliéster/algodão. Uma vez que tais tecidos são hidrofóbicos, sua molhabilidade é baixa e sujeiras oleosas se aderem fortemente às fibras. Durante a lavagem, os polímeros PET-POET se orientam na superfície do tecido de tal maneira que os grupos aromáticos estejam ligados à fibra e a porção etoxilada, voltada para a solução. Esta porção etoxilada orientada para a solução confere ao tecido maior hidrofilidade e, consequentemente, menor afinidade com sujeiras oleosas. Este efeito é mais pronunciado em tecidos sintéticos, como poliéster, por exemplo, devido à similaridade estrutural entre o polímero e o tecido.
Foram feitos testes com tecido de poliéster (PES, Trevira 200), pré-lavados com 10g/L de detergente, 60ºC, com as seguintes amostras:
  • Produto de mercado Premium;
  • Detergente lava-roupas de referência (EA4331);
  • Detergente lava-roupas de referência (EA4331) com 1% TexCare SRN 100;
Após a pré-lavagem, os tecidos foram impregnados com 25μL/monitor de sujidade borra de óleo de motor e novamente lavados com 10g/L dos respectivos detergentes. Após o teste, os monitores (tecidos) são lidos em espectrofotômetro com resposta de refletância.
Foram obtidos os seguintes dados:

Gráfico 1. Leitura colorimétrica dos monitores após a ultima lavagem .

Figura 2. Avaliação visual dos monitores.
Anti-Redeposição , Manutenção de Branco e Efeito DispersanteAlém de atuarem como soil release polymers, os polímeros PET-POET evitam a redeposição da sujeira que já foi removida, reduzindo o escurecimento de tecidos brancos após lavagens consecutivas. Este efeito é atribuído à alta capacidade dispersante de tais polímeros que interagem tanto com o tecido como com a sujeira presente no banho de lavagem, mantendo-a em suspensão.
Detergência PrimáriaMesmo estando presentes somente no primeiro ciclo de lavagem, polímeros PET-POET, atuam como surfactantes, aumentando a molhabilidade dos tecidos hidrofóbicos e diminuindo a tensão interfacial da sujeira oleosa, reduzindo a afinidade desta com o tecido para o subseqüente roll-up da sujeira da superfície.
Ecologicamente CorretoOs polímeros PET-POET são mais facilmente biodegradáveis devido à natureza da ligação ester. Além disso, apresentam baixa recomendação de dosagem (0.5 a 1% em ativo) e devido à sua multifuncionalidade, permitem redução de componentes da formulação.
ConclusãoOs polímeros PET-POET, comercializados pela Clariant sob a marca TexCare® SRN, são uma excelente opção, tanto para detergentes líquidos como para deterdentes em pó, uma vez que são utilizados em baixas dosagens e agregam mais de um benefício à formulação. Além disso, são ideais para produtos ecologicamente corretos, uma necessidade crescente do mercado atual.
 Referências bibliograficas

  1. Bertleff, W., Neumann, P., Baur, R., Kiessling, D., JSD, Vol.1, n.3, July 1998
  2. Jr O?Lenick, A.J., JSD, Vol. 2, n.4, October 1999                                              Fonte: FREEDON

Biguanida polimérica para ação desinfetante



A utilização de antimicrobianos em formulações sanitizantes e desinfetantes tem como objetivo a manutenção de altos níveis de higiene e limpeza. A demanda por saneantes com atividade antimicrobiana tem aumentado de forma expressiva nos últimos anos, resultado da necessidade de manter os ambientes mais saudáveis e seguros, livres de microrganismos que possam causar algum dano ao homem.

Um consumidor bem informado tem exigido produtos sanitizantes e desinfetantes de alta performance, o que faz os profissionais terem como desafio o desenvolvimento de formulações eficazes e de baixa toxicidade, ou seja, seguras para o homem e meio ambiente. É necessário também atender à legislação vigente, e, em alguns casos, de diferentes partes do mundo globalizado.

O grupo das biguanidas vem sendo estudado como potencial e versátil antimicrobiano desde 1879, na preservação de cosméticos e produtos farmacêuticos, mas principalmente como princípio ativo em formulações desinfetantes e sanitizantes para diversas áreas de aplicação.

A biguanida polimérica, conhecida como PHMB foi sintetizada juntamente com a clorexidina nos laboratórios da ICI na Inglaterra(1) e denominada comercialmente como Vantocil IB. Estudos demonstraram a performance superior da biguanida polimérica quando comparada a outras biguanidas como por exemplo a clorexidina(2). Através de pesquisas, constatou-se os benefícios de performance do PHMB como agente antimicrobiano ressaltados pelo amplo espectro de ação para controle de bactérias Gram-positivas, Gram-negativas, vírus e microrganismos resistentes a antibióticos.

Outro ponto importante foi a comprovação de eficácia em condições adversas como presença de matéria orgânica e água dura. O amplo espectro de ação do PHMB aliado a propriedades como boa estabilidade térmica, baixa formação de espuma, alta solubilidade em água, baixa volatilidade e corrosividade somados aos extensos estudos de toxicidade em mamíferos e ao meio ambiente, caracterizam o PHMB como um antimicrobiano de última geração, seguro, eficiente e versátil para formulação de desinfetantes e sanitizantes de uso geral, institucional ou doméstico.

No Brasil o PHMB é um ativo antimicrobiano autorizado pelo Ministério da Saúde conforme ofício 278/89 da Secretária de Vigilância Sanitária de 14 de Novembro de 1989, que o inclui à Portaria 15/1988 subanexo 1, alínea H do grupo químico biguanidas. As aplicações autorizadas incluem: (1) desinfetante de uso geral, (2) desinfetante para indústria de alimentos, (3) desinfetantes hospitalares para superfícies fixas e artigos semi-críticos, (4) sabonetes antisépticos, (5) detergentes sanitizantes e (6) desodorizantes.


Atividade antimicrobiana do PHMB – O PHMB vem sendo estudado há décadas, como ingrediente ativo em formulações desinfetantes inclusive para uso em indústrias alimentícias, no controle de microrganismos patogênicos como Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa.

Sua atividade é mantida na presença de matéria orgânica como leite, sangue ou lbumina. Desinfetantes contendo PHMB como princípio ativo podem ser utilizados na desinfecção de equipamentos, pisos, paredes em sistemas abertos ou CIP (Clean-In-Place).

Em hospitais e áreas de saúde o PHMB também é indicado para desinfecção de pisos, paredes, mobiliários e artigos semi-críticos. A sua eficácia no controle de bactérias resistentes a antibióticos e vírus pode ser um benefício extra para controle de infecções hospitalares.


PHMB – formulando Desinfetantes – O PHMB apresenta caráter catiônico, é compatível com uma grande variedade de matérias primas que poderão ser utilizadas de forma a auxiliar na performance do desinfetante ou agregar funções como por exemplo de limpeza. Tensoativos não-iônicos, co-solventes, espessantes e agentes seqüestrastes poderão ser utilizados conforme necessidade. A alta solubilidade em água permite obter formulações límpidas e transparentes mesmo em condições ácidas ou alcalinas, desde que observadas algumas orientações.

Em situações onde a aparência da superfície após higienização é um fator determinante, como vidros ou superfícies transparentes, o PHMB tem a vantagem de não deixar manchas ou marcas na superfície após secagem, não alterando o brilho da mesma.


Referências
1.J. F. Gardner, D Phil., K. G. Gray, Disinfection, Sterelization and Preservation, Block, 3ª edição, capítulo 12, pag 267-268.
2.A. Davies, B.S. Field, The Bactericidal action of biguanides, Biochem Journal, 1967, vol. 106 nº 5, 46.
 Fonte: Freedon

Tensoativos – Considerações gerais e breve histórico


Os compostos tensoativos ou simplesmente tensoativos são substâncias anfifílicas, ou seja, possuem em sua estrutura molecular grupos com características antagônicas. Em todas as moléculas tensoativas há um grupamento polar que possui afinidade por água (e, também por outros compostos polares), denominado grupo hidrofílico. Na mesma molécula há também o chamado grupo hidrofóbico, que por sua natureza apolar, não possui afinidade por água, mas possui por substâncias oleosas (ou, de uma maneira geral, substâncias apolares), sendo chamado muitas vezes de grupamento lipofílico. Todos os agentes tensoativos são constituídos, portanto, de moléculas que exibem duas porções estruturais distintas que manifestam tendências opostas de solubilidade.Com este artigo, damos início à abordagem acerca dos componentes funcionais das formulações cosméticas. Podemos, incialmente, dizer que não importa qual seja o ativo usado, em geral, para sua ação otimizada ou estabilização máxima na formulação, o uso de um agente tensoativo é essencial, sendo muitas vezes o agente funcional principal da mesma.
A porção hidrofóbica dos tensoativos é, usualmente, constituída de cadeias de hidrocarbonetos alifáticos ou aromáticos, ou de ambos, ao passo que a porção hidrofílica é constituída de grupamentos polares, tais como grupos carboxilato, sulfato, sulfonato, amônio quaternário, betaínicos ou cadeias polioxietilênicas, como no caso dos tensoativos não-iônicos etoxilados. A diferenciação de cada uma das porções hidrofóbica e hidrofílica de um tensoativo conduz a um enorme número de substâncias diferentes. Assim, para uma mesma porção hidrofóbica, diversos agentes tensoativos podem ser obtidos variando-se a porção hidrofílica. Por outro lado, para uma mesma porção hidrofílica, diversos agentes tensoativos podem ser obtidos variando-se a porção hidrofóbica da molécula.
Os tensoativos são substâncias que modificam as tensões superficial e interfacial, do que decorre uma série de propriedades correlatas e aplicações, as quais permitem agrupá-los em diferentes classes. Os agentes tensoativos podem ser classificados de acordo com sua utilização, sua estrutura química ou com base nas suas propriedades físicas. Nenhum destes métodos, entretanto, é totalmente satisfatório, embora as duas primeiras formas de classificação sejam bastante comuns.
Quanto à aplicação ou função os tensoativos podem ser classificados como emulsionantes, detergentes, agentes espumantes ou antiespumantes, agentes condicionadores, antiestáticos, bactericidas, umectantes, emolientes, dispersantes, solubilizantes, entre outros. Assim, se o tensoativo possuir a detergência como a propriedade de maior destaque será classificado como detergente. Vale salientar que um mesmo tensoativo pode possuir uma ou mais propriedades funcionais destacadas, podendo, com isso, ser classificado de maneiras diferentes nos diversos segmentos de mercado em que pode ser aplicado. Cada uma destas propriedades e fenômenos físico-químicos relacionados serão comentados nos próximos artigos.
Outra classificação bastante usual dos agentes tensoativos, adotada pela maioria dos autores, baseia-se no caráter iônico de sua porção polar, ou seja, na sua porção hidrofílica, permitindo sua classificação em tensoativos aniônicos, catiônicos, anfotéricos e não-iônicos. Falaremos destas classes com maior detalhamento em artigos futuros.
Os primeiros tensoativos sobre os quais se tem relatos são os sabões de ácidos graxos, os quais eram objetos de comercialização do povo fenício a aproximadamente 600 a.C., sendo também utilizados pelos romanos, embora estes, presumidamente, tenham aprendido a sua manufatura com os celtas ou outro povo mediterrâneo. Acredita-se, no entanto, que os sabões têm sido usados há mais de 2300 anos. Os primeiros produtores de sabões usavam a gordura animal e cinzas de madeira e outras plantas que continham carbonato de potássio para produzir o sal neutralizado. À medida que a mistura de gordura, cinzas e água era fervida, a gordura era saponificada, dando origem aos ácidos graxos livres, neutralizados no meio reacional.
Os primeiros tensoativos sintéticos de aplicação geral foram desenvolvidos na Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial na tentativa de superar a falta de matérias-primas naturais (óleos e gorduras animais e vegetais). Eram representados por alquilnaftaleno sulfonatos de cadeias curtas preparados pela reação de n-propanol ou n-butanol com naftaleno, seguida de sulfonação e neutralização. Os produtos não se mostravam bons detergentes, mas apresentavam bom poder umectante, sendo ainda utilizados atualmente para este fim.
No final da década de vinte e início da década de trinta, a sulfatação de álcoois de cadeias longas se tornou comum e os produtos resultantes eram vendidos na forma salina. Ainda no começo dos anos trinta foram desenvolvidos nos Estados Unidos os alquilaril sulfonatos de cadeias longas. Ambos os álcoois sulfatados e os alquilbenzeno sulfonatos eram usados como agentes de limpeza, mas causaram pequeno impacto no mercado de detergentes. Com o final da Segunda Guerra os alquilaril sulfonatos superaram quase que completamente os álcoois sulfatados como agentes de limpeza geral, mas os álcoois sulfatados despontavam como preferidos nas formulações de xampus e outros produtos de higiene pessoal.
Os progressos na área de tensoativos àquela época acompanharam os desenvolvimentos na indústria química como um todo, impulsionando o surgimento de novos processos e matérias-primas e levando ao desenvolvimento de uma grande variedade de novos compostos tensoativos e processos de fabricação. Em uma ou outra região, o fator limitante era quase sempre a disponibilidade de matérias-primas, mas fatores como facilidade de processamento, logística de produção e distribuição e prazo de validade eram também fatores restritivos. Em relação a este conjunto de fatores, a classe de alquilbenzeno sulfonatos foi ganhando maior importância no mercado. Após a Segunda Guerra Mundial o tetrâmero de propileno com benzeno (TP-benzeno) tornou-se um material amplamente disponível e, portanto viável, como matéria-prima para a fabricação de tensoativos. Assim, os TP-benzeno sulfonatos (também referidos como alquilbenzeno sulfonatos, ABS) deslocaram rapidamente todos os outros materiais detergentes e durante o período de 1950 a 1965 constituíram-se de mais da metade de todos os detergentes usados no mundo.
Os TP-benzeno sulfonatos dominaram o mercado sem nenhuma ameaça até 1960. Nesta época, foi observado que os efluentes de esgotos estavam produzindo maiores quantidades de espumas em rios e lagos por todo o mundo. Além disso, as águas retiradas de poços próximos aos pontos de dejetos domésticos tendiam a espumar. Tal fenômeno indesejado, após muita investigação, foi atribuído à deficiência dos TP-benzeno sulfonatos em serem completamente degradados pelas bactérias e outros processos no tratamento de efluentes industriais. Foi verificado que era a cadeia alquílica ramificada que dificultava a ação dos microrganismos. Os álcoois e ácidos graxos sulfatados, por outro lado, possuíam alta biodegradabilidade, propriedade atribuída ao fato de serem produtos naturais de cadeias lineares. Assim, teve início a preferência pelos produtos lineares, sobretudo pelos alquilbenzeno sulfonatos lineares (LABS), que de fato, possuíam maior biodegradabilidade e maior aceitabilidade ecológica.
Assim sendo, os fabricantes de detergentes, voluntariamente ou por obrigações legais, mudaram dos TP-benzeno para os alquilbenzeno lineares (LAB) como matérias-primas detergentes básicas. As formulações usando linear alquilbenzeno sulfonatos apresentavam resultados 10% melhores no desempenho de limpeza comparados aos TP-benzeno sulfonatos. soluções de LABS tinham um ponto de turvação menor e formavam pastas de viscosidade também menor, facilitando seu processamento na fabricação de detergentes em pó. Entretanto, quando o LABS começou a ser vendido como detergente líquido ou pasta, a baixa viscosidade passou a ser vista como uma desvantagem de mercado, que deveria ser contornada.
Atualmente, apesar de muitas áreas de aplicação, tais como as indústrias de detergentes e produtos de limpeza, serem consideradas como indústrias maduras, as demandas ecológicas, crescimento populacional, moda, fontes de matérias-primas e apelos de mercado continuam forçando os desenvolvimentos tecnológicos e o crescimento da área de tensoativos, principalmente na área de higiene pessoal. A tabela a seguir apresenta uma linha do tempo dos lançamentos de alguns dos principais tensoativos de uso comercial. Nos próximos artigos serão destacados alguns dos principais tensoativos usados em cosméticos.
<2000 a.C.Sabões de ácidos graxos
Anos 20Alquil sulfatos
Dodecilbenzeno sulfonatos
Anos 30Alquifenóis etoxilados
Amidas
Quaternários
Anos 40Óxidos de aminas
Linear alquilbenzeno sulfonatos
Álcoois etoxiladosCopolímeros EO/PO
Anos 50Alquil éter sulfatos
Alcano sulfonatos
Alfa olefina sulfonadasPoliaminas
Anos 60Betaínas
Anos 70Alquil poliglicosídeos
Ésteres metílicos sulfonados
Anos 80Glucamidas
anos 90Ésteres metílicos etoxilados
>2000Monoglicerídeos sulfatados
Tensoativos geminados

Referências
1.Meyers, D., Surfactant Science and Technology, 20th ed., VCH Publishers, Inc. New York (1988)
2.Rosen, M. J., Surfactants and interfacial phenomena, John Wiley & Sons, New York 2nd ed. (1989)

fonte: FREEDON

Tensoativos – Classificação dos tensoativos





Conforme salientado em artigo anterior, uma maneira de classificar os tensoativos em categorias baseia-se em sua estrutura, mais especificamente na natureza do grupo polar. Neste sentido, os tensoativos podem ser classificados como iônicos – tensoativos aniônicos e catiônicos-, não-iônicos e anfóteros.
Tensoativos aniônicos - Os tensoativos aniônicos quando em solução aquosa possuemcarga negativa em sua porção hidrofílica. Os principais representantes desta classe são os sabões de ácidos graxos, os alquil sulfatos, os alquil éter sulfatos e os alquil sulfossuccinatos, embora muitos outros não deixem de ter sua importância para uma ou outra aplicação específica. São, via de regra, de alto poder espumante, alta detergência e alta umectância, quando comparados às demais classes de tensoativos.
Os sabões alcalinos de ácidos graxos são amplamente utilizados na fabricação de sabonetes em barrapois seu desempenho é satisfatório e seu custo é baixo. São normalmente os aniônicos mais pobres em espuma e suscetíveis à dureza de água. A adição de agentes quelantes e seqüestrantes pode melhorar o desempenho destes produtos.
Os alquil sulfatos, indubitavelmente, juntamente com os alquil éter sulfatos são os produtos mais utilizados como agentes tensoativos espumógenos em cosméticos capilares, sabonetes líquidos, produtos de higiene oral, entre outras aplicações. Dentre os alquil sulfatos, os mais importantes são os lauril sulfatos que possuem ampla aplicação na indústria cosmética. As principais características dos alquil sulfatos são seu alto poder espumógeno, alta reserva de viscosidade, boa solubilidade em água, odor agradável e completa biodegradabilidade.
Na classe de alquil éter sulfatos, os mais importantes são os lauril éter sulfatos por suas propriedades diferenciadas: são mais hidrofílicos (50%) que seus correspondentes não etoxilados, possuem baixa irritabilidade aos olhos e à pele, baixo ponto de turvação, fácil controle de viscosidade a partir de adição de eletrólitos e maior resistência à dureza de água. O processo de obtenção consiste na etoxilação do álcool laurílico, seguida da sulfonação do álcool laurílico etoxilado, gerando um ácido que é neutralizado por uma base tal como soda, trietanolamina, amônia ou monoetanolamina, produzindo diferentes sais de lauril éter sulfato, portanto, diferentes tensoativos.
Ainda como tensoativos aniônicos tem-se os alquil sulfossuccinatos, de excelente poder umectante, embora produzam pouca espuma e possuam baixo poder detergente. Os monoalquil sulfo-succinatos foram desenvolvidos recentemente. São pouco irritantes aos olhos e apresentam baixíssima toxicidade. Possuem baixa solubilidade em água, mas esta característica pode ser melhorada através da etoxilação de sua cadeia graxa com dois a três mols de óxido de eteno. Os sulfossuccinatos são utilizados, preferencialmente, em xampus infantis, em geral, associados a um lauril éter sulfato para melhorar suas propriedades de espuma e detergência.
Os sulfonatos de alfa-olefinas, os tauratos e os sarcosinatos são também tensoativos aniônicos de baixa irritabilidade, mas ao contrário dos sulfossuccinatos possuem rica espuma. Sua utilização, no entanto, não é muito freqüente no mercado brasileiro.

Tensoativos catiônicos - Os tensoativos catiônicos são caracterizados por possuírem um grupo hidrofílico carregado positivamente ligado à cadeia graxa hidrofóbica. Possuem menor aplicação em cosméticos, devido a algumas características indesejáveis, como incompatibilidade com tensoativos aniônicos, irritabilidade à pele e aos olhos e baixo poder detergente.
Algumas propriedades importantes destes tensoativos fazem com que sejam utilizados em preparações cosméticas como bactericidas e agentes antiestáticos em condicionadores capilares. Como os condicionadores são produtos utilizados após a lavagem, não necessitam conter tensoativos aniônicos altamente detergentes, responsáveis, portanto, pela limpeza dos fios de cabelo. Isso torna possível, utilizar formulações baseadas em tensoativos catiônicos, os maiores agentes promotores de substantividade, efeitos antiéstático e de condicionamento às fibras dos cabelos.
A mudança da natureza lipofílica da superfície do cabelo devido à adsorção do agente catiônico permite que outros ingredientes da formulação tenham maior compatibilidade com o cabelo. Assim, na presença de agentes catiônicos ocorre maior deposição de materiais graxos e emolientes (componentes oleosos) em sua superfície, substâncias que contribuem sinergicamente para os efeitos dos agentes catiônicos.
Os tensoativos catiônicos de maior utilização em preparações cosméticas são os sais de amônio quaternário e, dentre os quais, o mais usado no Brasil é o cloreto de cetiltrimetilamônio, sendo que os cloretos de dialquildimetilamônio são também muito utilizados.

Principais tensoativos iônicos de uso cosmético
          CLASSE DE TENSOATIVOS                        APLICAÇÃO
  Aniônicos:
• Sabões de ácidos graxos
• Auril sulfato de sódio
(ou de TEA ou de amônia)
lauril éter sulfato de sódio
(ou de TEA ou de amônia)
• lauril éter sulfossuccinato de sódio
Sabonetes, loções de limpeza, sabonetes cremosos, sendo utilizados também para o amolecimento de comedões
 Catiônicos:
• Quaternários de amônio: cloreto de cetil-trimetil amônio ou brometo
Antimicrobianos, utilizados em desodorantes e em alguns xampus anti-caspas e em condicionadores capilares
fonte: FREEDON

Propriedades dos tensoativos



As propriedades dos tensoativos (e, portanto, sua aplicação) dependem basicamente de sua estrutura química. A maior parte das propriedades dos tensoativos está relacionada a fenômenos de superfície, destacando-se a redução da tensão superficial ou interfacial, a detergência, a umectância ou molhabilidade, a formação, estabilização, quebra ou supressão de espuma, a emulsificação, entre outras. Em geral, a propriedade de caráter mais marcante dita a aplicação principal do tensoativo, que é, com isso, classificado como detergente, umectante, espumante, anti-espumante, estabilizante ou supressor de espuma, emulsionante, entre outros.
Redução da tensão superficial e interfacial
A tensão interfacial entre um líquido puro e seu vapor, ou entre dois líquidos imiscíveis ou parcialmente miscíveis, reflete as diferenças das forças de atração atuando nas moléculas da interface como um resultado das diferenças de densidade ou composições químicas das duas fases. A existência de fases condensadas, especialmente o estado líquido, é o resultado da atração de van der Waals entre as moléculas, na ausência de outros tipos de interações. Por simplicidade, considere-se um líquido cujas moléculas são rodeadas por um “campo de força” uniforme, de modo que a força resultante atuando em cada molécula seja nula. As moléculas localizadas na interface, ou próximas dela, por outro lado, experimentam um campo distorcido resultando em uma atração das moléculas da superfície pela solução. A força de atração desbalanceada, atuando nas moléculas da superfície, causa uma contração espontânea para formar, na ausência de gravidade, uma gota esférica.
Para facilitar o entendimento do conceito de tensão superficial de um líquido é conveniente defini-la como a força atuando tangencialmente em todos os pontos de uma superfície, cujo resultado líquido é a aparente formação de um filme superficial, o qual se contrai para confinar o líquido em uma forma de mínima área superficial. A interface entre dois líquidos imiscíveis pode ser vista de uma maneira similar, exceto que a presença de uma segunda fase líquida mais densa resulta em um menor desequilíbrio das forças atuantes nas moléculas do líquido da interface e, conseqüentemente, um menor valor para a tensão interfacial.
Os conceitos de tensão superficial ou interfacial dados anteriormente são simplistas no sentido de que implicam que a superfície ou a interface seja estática. Na realidade, há uma constante e, para líquidos e gases, rápida troca de moléculas entre a solução e regiões interfaciais e entre a fase líquida e a fase vapor. Assume-se que as moléculas deixam a região superficial ou interfacial à mesma velocidade com que chegam. Uma molécula de água a 25°C tem um tempo de residência médio de 3 µs ou menos na interface ar/água. Com tamanha mobilidade molecular é claro que a superfície de um líquido puro oferece pequena resistência às forças que podem atuar na mudança de sua forma, ou seja, há uma resistência elástica ou viscosa muito pequena para a deformação da superfície. Uma conseqüência física deste fato é que um líquido puro não sustenta uma espuma por mais de uma pequena fração de segundo. Uma situação similar existe para a interface líquido/líquido.
Devido à mobilidade das moléculas nas superfícies fluidas não é surpreendente que a temperatura tenha um efeito na tensão superficial de um sistema. À medida que a temperatura de um sistema aumenta, a tensão superficial de quase todos os líquidos decresce. Em temperaturas próximas à temperatura crítica do líquido as forças de coesão entre as moléculas se tornam muito pequenas, e a tensão superficial se aproxima de zero.
A tensão superficial da água a 20°C é aproximadamente 73 mN/m. Tecnicamente falando, um determinado composto químico é considerado como um tensoativo eficiente quando a 20°C e à concentração de 0,1% diminui a tensão superficial da água para, aproximadamente, 35 mN/m.
Existem vários métodos experimentais para a determinação da tensão superficial. A escolha do mais adequado depende da precisão desejada, disponibilidade do equipamento e condições experimentais. O mais simples e o mais utilizado é o chamado método do anel, onde se mede a força necessária para desprender um anel de platina da superfície ou interface através do braço de uma balança ou torção provocada em um fio, o que se constitui no tensiômetro de Du Noüy.
A tensão superficial é possivelmente uma das propriedades mais importantes usadas na caracterização dos tensoativos. Uma vez que a tensão de um líquido é determinada pela energia das moléculas na região da interface, o deslocamento destas moléculas por um soluto adsorvido nesta região irá afetar diretamente o valor medido. É a relação entre a estrutura química e a velocidade e grau de adsorção na interface ou superfície, sob determinadas condições, que diferencia os vários tipos de tensoativos e, com isso, determina sua utilização onde a redução da tensão superficial é importante. Pode-se dizer que a maioria das propriedades dos tensoativos depende de sua eficiência na redução da tensão superficial.
As características moleculares necessárias para um material atuar como tensoativo em solução aquosa têm sido extensamente discutidas na literatura. É útil, entretanto, reiterar as funções básicas dos grupos moleculares de maneira a entender seus efeitos na tensão superficial. O grupo hidrofílico impõe à molécula tensoativa a sua solubilidade em água em uma faixa de concentração que a torna útil para determinado propósito. O grupo hidrofóbico de um tensoativo tem duas funções primordiais: (i) conduz a propriedades de solubilidade que favorecem a adsorção do tensoativo preferencialmente nas interfaces e (ii) altera a energia de interação entre a interface do líquido e as moléculas do gás de contato. Cada uma destas funções está diretamente relacionada à natureza química do grupo hidrofóbico e, em alguns casos, do grupo hidrofílico.
Referências
Meyers, D., Surfactant Science and Technology, 20th ed., VCH Publishers, Inc. New York (1988)
Rosen, M. J., Surfactants and interfacial phenomena, John Wiley & Sons, New York 2nd ed. (1989)

fonte: FREEDON

Formulando com Sodium Laurylglucosides Hydroxypropylsulfonate

Por: Sérgio Costa 

O surgimento da consciência ambiental trouxe várias implicações sociais e empresariais, dentre elas, a equalização entre sustentabilidade e funcionalidade. Ao passar dos anos surgiram várias tecnologias inovadoras que procuraram adequar as diversas nuances que envolvem um produto ambientalmente correto.  Uma das tecnologias que permitiram a aproximação de sustentabilidade e funcionalidade recebeu o nome de Alquil Poliglucosídeo.
O início


O surgimento dos Alquil Poliglucosídeos é o marco inicial de uma tecnologia sustentável e funcional, mas havia alguns problemas a serem transpostos, como por exemplo, a irritabilidade dérmica. Com a continuidade dos trabalhos de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, chegou-se ao processo de derivação dos Alquil Poliglucosídeos, e assim, nasceu uma nova classe de surfactantes, que trazem as melhorias solicitadas pelos consumidores aliada às propostas de sustentabilidade. Os derivados dos Alquil Poliglucosídeos respondem aos maiores anseios dos formuladores que, podem a partir desta nova tecnologia, formular produtos com baixa irritabilidade dérmica, biodegradáveis, atóxicos, com baixa emissão de carbono e obtidos de fontes renováveis, nasceu, então, o Suganate 160.


 


Esta nova molécula possibilita a obtenção de formulações cosméticas das mais variadas, mas é principalmente indicada na formulação de xampus de baixa ou nenhuma irritabilidade dérmica, sabonetes líquidos, sabonetes em barra, lenços removedores de maquiagem, produtos para higienização de recém-nascidos e shampoos para a linha PET. Os novos derivados dos Alquil Poliglucosídeos foram desenvolvidos pela empresa Colonial Chem Inc., dos EUA.

No mercado brasileiro esta tecnologia, está disponível e dividida em três grupos principais:

1. Alquil Poliglucosídeo Quaternizado:

 
2. Alquil Poliglucosídeo Fosfatado:
 

3.  Alquil Poliglucosídeo Sulfatado
 

Estas três moléculas permitem ao formulador a obtenção de produtos funcionais, obtidos de fonte renovável e principalmente, que promovem a integração da sustentabilidade e funcionalidade.


Vejamos a tabela de Irritabilidade Dérmica abaixo:
Eye_Irritation_AUS

Este quadro demonstra de forma clara o grau de irritabilidade dérmica promovido pelos surfactantes mais usados, e também analisa a performance de um xampu infantil líder de mercado contra um shampoo formulado usando o Suganate 160.

Podemos, através deste quadro, concluir que:

  1. O SugaNate 160 apresenta o menor grau de irritabilidade dérmica entre todos os surfactantes testados.
  2. O xampu formulado com o SugaNate 160 é 50% menos irritante do que o xampu infantil de mercado, formulado com a tecnologia atual.
Fica então comprovado, que um surfactante obtido de fontes renováveis, biodegradável e de baixa irritabilidade dérmica também apresenta performance superior a todos os surfactantes testados e possibilita aos formuladores cosméticos a obtenção de produtos sustentáveis, funcionais e economicamente viáveis, bem como  multi-funcionais.
Concluindo, esta nova categoria de surfactantes se posiciona como uma nova ferramenta de trabalho no segmento cosmético, permitindo a obtenção de formulações muito mais suaves e ambientalmente seguras.

Bombril Investe em Detergentes




Bombril investe R$ 20 milhões na produção de detergentes. Com a nova linha de produção de embalagens e envase de detergentes líquidos, desinfetantes e amaciantes, adquirida da Alemanha por cerca de R$ 20 milhões, a Bombril amplia em 30% sua capacidade produtiva de detergentes líquidos. De acordo com informações da empresa, a Bombril é a primeira empresa do segmento de higiene e limpeza a adotar a tecnologia de ponta alemã, já amplamente utilizada pelas maiores engarrafadoras de cervejas e refrigerantes do País. A linha é composta por injetora, sopradora, envasadora, rotuladora e paletizadora. 

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Faturamento cresce com a redução da informalidade


Cuca Jorge

Rose de Moraes
As indústrias de produtos de limpeza superaram mais uma vez as expectativas de desempenho setorial e devem fechar o ano de 2009 com faturamento de R$ 12 bilhões. Sob o aspecto das finanças, registraram 7% de crescimento em relação a 2008, quando o setor movimentou R$ 11,4 bilhões. Em volume de produtos comercializados, alcançaram 8% de crescimento, avanço considerado muito positivo perante a crise econômica mundial e por se tratar de setor extremamente sensível à renda da população, mas também em pleno ciclo de expansão.

De acordo com estudos realizados pelo instituto internacional de pesquisas Euromonitor, as vendas mundiais de produtos de limpeza deverão alcançar patamar de mais de US$ 138 bilhões em 2013. Tal montante oferece ao setor a perspectiva de poder contar com crescimento contínuo do mercado mundial, na casa dos 10% anuais, nos próximos anos.

“Em 2010, o nosso setor deverá continuar crescendo acima do Produto Interno Bruto (PIB), tal qual ocorreu nos últimos cinco anos, e a crise econômica de 2009 acabou produzindo efeito muito positivo, pois o consumidor ficou mais em casa e passou a utilizar mais produtos de limpeza”, comentou a diretora-executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla), Maria Eugenia Proença Saldanha. 

Segundo pesquisas divulgadas pela entidade, boa parte dos lares brasileiros já utiliza detergentes em pó para a lavagem de roupas. Mais recentemente, o consumidor brasileiro também passou a contar com inovações, como a oferta de detergentes líquidos. A categoria de produtos para a lavagem de roupas, na qual também se incluem amaciantes e itens para pré-lavagem, detém a liderança do setor do ponto de vista do faturamento, correspondendo à maior fatia, de 40%. 

“Os produtos para cuidados com as roupas têm mantido ritmo de crescimento contínuo nos últimos anos e devem continuar em crescimento em 2010, pois o mercado interno ainda tem muito a crescer”, afirmou a diretora da Abipla. Os amaciantes também têm contado com maiores vendas nos últimos anos graças à diversidade de fragrâncias oferecidas ao consumidor.

No segmento de sabões em barra, o sebo, matéria-prima para a sua fabricação, já havia alcançado alta de 50% no consumo em 2008, em virtude de sua utilização em biocombustíveis. A demanda relativa a 2009, porém, ainda está prestes a ser divulgada pela Abipla.

No segmento de águas sanitárias, os aumentos em volume em 2008 chegaram a 3,7%. Somados ao desempenho dos dois anos anteriores, o crescimento em volume foi de 9,4%, percentual atribuído ao fato de o produto ser utilizado cada vez mais para desinfecção dos lares.

Já os detergentes líquidos para lavagem de louças, de acordo com os últimos dados divulgados pela Abipla, alcançaram 1,4% de crescimento em 2008, somando, porém, 6,2% de crescimento, se forem consideradas também as vendas de 2007 e 2006. Em detergentes líquidos, é importante observar que a categoria vem conquistando maior espaço no mercado ao competir com os sabões em barra, sendo alvo de inovações permanentes, oferecendo, por exemplo, ao consumidor novas fragrâncias, que têm servido de estímulo às vendas.

Outra categoria que vem mantendo altas taxas de crescimento é a de purificadores de ar. Em volume, o crescimento registrado nesse segmento foi de 9,3% em 2008, mas, no acumulado, entre os anos de 2006 até 2008, esses produtos alcançaram excepcional desempenho, com 15,5% de crescimento.

Os limpadores multiuso constituem outra categoria que vem apresentando crescimento significativo a cada ano, respondendo por 8,9 % de aumento em volume e 14,8% de aumento em faturamento, no período de 2006 até 2008.

Segundo observadores do setor, os inseticidas constituem produtos cujo consumo tem apresentado crescimento praticamente em todas as faixas de renda da população, principalmente perante a ocorrência de surtos de doenças transmissíveis por insetos, como a dengue, entre outras, das quais o país ainda tenta se livrar.

As exportações do setor em 2009, segundo a Abipla, deverão ser 12,6% inferiores às de 2008, em razão da crise internacional. Entre os produtos brasileiros mais exportados, os destaques em 2009 deverão ficar por conta dos itens para limpeza de roupas (US$ 48,3 milhões), dos sabões em barra (US$ 28,07 milhões) e dos panos de limpeza (US$ 24,6 milhões).

Para a diretora-executiva da Abipla, uma das maiores preocupações do setor atualmente reside na falta de regulamentação de grande contingente de empresas. De acordo com o último levantamento realizado pela entidade, a informalidade abrangeu principalmente seis categorias de produtos: águas sanitárias, detergentes líquidos, desinfetantes, produtos de limpeza multiuso, amaciantes e detergentes em pó.
“Líderes entre os produtos clandestinos, somente a água sanitária atinge índice de 42% de informalidade, enquanto os desinfetantes, 30%, seguidos pelos amaciantes, 15%, e os detergentes líquidos, 7,7%, não havendo como atestar a eficácia desses produtos”, comentou Maria Eugenia. De acordo com a diretora-executiva da Abipla, isso tem prejudicado o país não só sob o ponto de vista econômico, mas também por violar preceitos fundamentais de saúde pública, colocando em risco a saúde da população que adquire produtos sem qualquer controle da vigilância sanitária e de outros órgãos de saúde pública.

O preocupante cenário de informalidade vem motivando uma série de ações de conscientização e de combate por parte da Abipla e do Sindicato Nacional das Indústrias de Produtos de Limpeza (o Sipla), sendo a mais recente
Cuca Jorge

Maria Eugenia: clandestinos põem em risco a saúde pública
a representada pela parceria entre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), para instituir programa de mobilização para a regularização de empresas do setor de saneantes. A ideia, segundo a diretora, é mostrar a importância da adequação das empresas à legislação, introduzir boas práticas de fabricação nas empresas e contribuir para o aumento da competitividade e da lucratividade, garantindo a concorrência leal no mercado.

Gtex compra Sacarlat


A Gtex, empresa de produtos de higiene e limpeza, controlada pela Actis, fundo global de private equity com atuação em mercados emergentes, adquiriu a Scarlat Industrial, de Suzano (SP), detentora das marcas Baby Soft, Scarlim, CleanMax, Dipol e Sky Soft, entre outras. A transação envolveu passivos e a participação minoritária dos acionistas da Scarlat na Gtex. Com a aquisição, o Grupo Gtex salta da 12ª para a 6ª posição no ranking brasileiro das empresas de higiene e limpeza, com faturamento de R$ 500 milhões, assumindo também a liderança nacional em amaciantes,em volume de produção. 
Fonte:http://www.freedom.inf.br/

sábado, 14 de maio de 2011

ÉTERES DE GLICÓIS EM PRODUTOS DE LIMPEZA



Os produtos para limpeza doméstica vêm utilizando solventes cada vez melhores e
menos agressivos em relação ao ser humano e ao meio ambiente
Por Lyondell Químicos do Brasil

A intenção deste artigo é mostrar como agem e quais os benefícios dos éteres de propilenoglicol (ARCOSOLV®) e de etilenoglicol (E-Series), ambos produzidos pela Lyondell Chemical Corporation, na indústria de produtos de limpeza.
Um bom limpador tem de possuir ingredientes que propiciem uma boa umectação e penetração na sujeira, retire-a da superfície a ser limpa e mantenha este material, a sujeira, em suspensão para que ela possa ser retirada ou lavada da superfície. Quando falamos de limpadores domésticos eles também têm que remover sujeiras insolúveis em água, óleos e graxas, principalmente na ausência de surfactantes.

Abordaremos questões como comportamento da tensão superficial das soluções de limpeza na presença dos éteres de glicóis, o aumento de performance na suspensão de partículas de sujeira, na solubilidade de
 eletrólitos e a biodegradabilidade desta família de produtos. Todos
estes fatores alteram as características finais dos produtos de limpeza, sobretudo sobre os multi-limpadores domésticos.

Tensão superficial
 - Os éteres de glicóis têm como característica reduzir a tensão superficial das soluções limpadores em associação com surfactantes ou não. A redução da tensão superficial 
aumenta a umectação da sujeira e do substrato. Este aumento de umectação ajuda a penetração da solução limpante na sujeira e retirando-a do substrato.

A tabela a seguir mostra a magnitude da redução da tensão superficial da água com vários éteres de glicóis.
Performance de suspensão - Em limpadores, os éteres de glicóis conseguem misturar sujeira doméstica de caráter orgânico como óleos e graxas, com água, duas substâncias naturalmente imiscíveis. Os éteres de glicóis em associação com um surfactante mantêm a sujeira em suspensão na solução de limpeza sem que ocorra a sua redeposição no substrato.
Os gráficos a seguir demonstram a habilidade de misturar dos éteres de glicóis com três tipos de sujeiras:doméstica, hidrocarbonetos aromáticos e hidrocarbonetos alifáticos.
Solubilidade de eletrólitos - Formulações de limpadores usualmente empregam uma grande variedade de eletrólitos. Estes eletrólitos agem sinergeticamente na eficiência de limpeza, diminuindo a dureza da água, aumentando sua alcalinidade e prevenindo a redeposição da sujeira. Portanto aumentar a solubilidade destes eletrólitos aumentará também a efetividade destes limpadores.>>


>> Os dados seguintes representam a solubilidade de uma série de eletrólitos comumente utilizados em soluções a 5% de éteres de glicóis.

Biodegradabilida dos ésteres de glicóis
 - Como regra geral os éteres de glicóis são biodegradáveis. A biodegradação dos éteres de glicóis ou de qualquer químico pode ser determinada por vários processos inclusive medindo-se o consumo de oxigênio dissolvido na água pelos microorganismos que utilizam- se de matéria orgânica (incluindo-se produtos químicos) como alimento. Este método é chamado de Demanda Biológica de Oxigênio (DBO). O teste consiste em incubar o produto químico que se deseja analisar em frasco com os microorganismos por um período de tempo específico durante o qual o produto químico é biodegradado, ou consumido, pelos microorganismos inoculados. A taxa de biodegradação é avaliada indiretamente se medindo a redução do oxigênio dissolvido no meio de incubação. Historicamente, a quantidade de oxigênio consumido em um período de 5 dias em uma amostra conhecida é utilizada como padrão para comparação da degradação de qualquer produto químico. Mais recentemente, períodos mais longos na ordem de 20 dias ou mais, são utilizados para se avaliar a propensão do químico a se biodegradar. Fatores que podem influenciar a redução do oxigênio em um teste de DBO incluem: a fonte e quantidade do microorganismo inoculado que freqüentemente consiste em uma parcela de lodo de uma planta de tratamento de águas; temperatura de incubação; dose do químico em teste no meio de incubação; a estrutura molecular do químico em teste, entre outros fatores menos freqüentes. Particularmente, o tipo de inoculo pode influenciar o resultado do teste de DBO, já que o tipo de micróbios presentes no lodo de tratamento pode variar fortemente de uma planta de tratamento para outra.
Diferentes micróbios podem ter diferentes capacidades de utilizar o produto químico em teste como alimento. Comumente, o inoculo do lodo pode ser “acostumado”, ou aclimatado ao produto químico em teste simplesmente colocando o microorganismo em contato com o produto químico por períodos prolongados.
Isto permite ao microorganismo se adapte e “aprenda” como consumir o produto químico a ser testado.
Um produto químico que permita ao inóculo que consuma 60% do oxigênio presente durante um período de 28 dias é classificado como facilmente biodegradável. >>>


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 Mesmo em casos que biodegradabilidade não é demonstrada, testes mais aprofundados, com alto teor de inoculação, podem demonstrar que o produto tem habilidade pra biodegradar e pode ser considerado biodegradável.
Assim, para se evitar qualquer discrepância, o potencial de biodegradação relativa dos éteres de glicóis foi avaliado ao mesmo tempo, no mesmo laboratório, usando procedimentos idênticos.
A Figura abaixo mostra o gráfico de barras com os valores de DBO de nosso teste.
Estes dados demonstram a biodegradabilidade dos éteres de glicóis. Apenas dois éteres de glicóis não alcançaram o nível de 60% depois de 28 dias de incubação que foram os éteres de glicóis terciários (PTB e DPTB). A razão para isto é que a configuração terciária é geralmente mais difícil de ser quebrada pelos microorganismos. Não é surpresa então que PTB e DPTB são também mais difíceis de serem digeridos pelos microorganismos e levem mais tempo para serem quebrados.
Na realidade, após 35 dias de estudo, o oxigênio dissolvido consumido pelo inóculo foi de 60% para O PTB e 51% para o DPTB. Então, até este tipo de cadeia terciária dos éteres de glicóis são biodegradáveis porém a uma taxa mais lenta

Exemplos de limpadores com ARCOSOLV

Fonte: http://www.freedom.inf.br/default.asp

quinta-feira, 12 de maio de 2011

COMO O SABÃO LIMPA?

Como já vimos a estrutura da molécula do sabão, sabemos que suas características são polares e apolares simultaneamente. A limpeza nada mais é que um processo de dissolução onde um solvente diluirá o soluto que no caso será a sujidade. A água é o solvente mais comum, é ela quem dissolve e arrasta a sujidade. Outro fator importante é a redução da tensão superficial da água. Tensão superficial é a ligação das moléculas, onde uma se liga a outra uma as outras o que dá resistência a superfície da água. Como exemplo disso podemos observar os insetos andando sobre a água e não afundam isso só é possível pela tensão superficial. Essa resistência atrapalha no processo de limpeza, impedindo que a água não penetre na sujidade e a dilua.  

Veja o vídeo sobre tensão superficial a baixo.















Esta imagem ilustra a interação da molécula do sabão com a água e com óleo.
Observando o Vídeo vamos aplicar isso na limpeza. O sabão ao cair na água interage com a água e a outra parte da molécula, interagir com a sujidade apolar. Suponhamos que seja óleo ou gordura. Várias moléculas irão fazer o mesmo, interagindo com a água e com a sujeira, formando o que chamamos de micelas. Ao mesmo tempo que há forças de interação com a água, as partes da molécula, que são semelhantes ( polar) ao se aproximarem umas das outras formando micélas, irão, se repelir,  devido a suas cargas semelhantes. Isto é muito citado popularmente que seria: os opostos se atraem e os idênticos se repelem. Esta força que repele fará com que a molécula emusione a sujidade que em linguagem comum é tornar a gordura solúvel em água. 

Observe nesta ilustração onde a sujidade vai se emulsionando ou se dissolvendo na água. E vão se repelindo, formando partículas cada vez menores até ocorrer a dissolução total do óleo.

História do Sabão e suas origens.

A existência do sabão é mais antiga do que se imagina. As primeiras evidências de um material parecido com o sabão, registradas na história, foram encontradas em cilindros de barro (datados de aproximadamente 2.800 A.C.), durante escavações da antiga Babilônia. As inscrições revelam que os habitantes ferviam gordura juntamente com cinzas, mas não mencionam para que o "sabão" era usado. tais materiais foram mais tarde utilizados como pomada ou para pentear os cabelos. O uso farmacêutico do sabão encontra-se descrito no ébers papyrus (datado de aproximadamente 1.500 A.C.). Este tratado médico descreve a combinação de óleos animal e vegetal com sais alcalinos para formar um material semelhante ao sabão, usado para tratar de doenças da pele bem como para o banho. Mais ou menos na mesmo época, Moisés entregou aos israelitas leis detalhadas sobre cuidados de limpeza pessoal. Ele também relacionou a limpeza com a saúde. Relatos bíblicos sugerem que os israelitas sabiam que a mistura de cinzas e óleo produzia uma espécie de pomada o próprio Deus ensinou-os métodos de limpeza que hoje ainda usamos e que foi nomeado de sabão. De acordo com uma antiga lenda romana o nome "sabão" tem sua origem no Monte Sapo, onde se realizavam sacrifício de animais. A chuva levava uma mistura de sebo animal derretido com cinzas para o barro das margens do Rio Tibre. As mulheres descobriram que usando esta mistura de barro suas roupas ficavam muito mais limpas com muito menos esforço.
Os antigos povos germânicos e gauleses também são reconhecidos como sendo descobridores de uma substância chamada sabão, feita de sebo e de cinzas. Eles usavam este material para tingir seus cabelos de vermelho.
Com a evolução da civilização romana, evoluiu também o conceito de banho. A primeira das famosas termas de Roma - com água vinda de seus aquedutos - foi construída ao redor de 312 A.C. As termas se tornaram símbolos de luxo e, muitas vezes, da decadências dos costumes. Já no século 2 D.C., o médico Galem recomendava sabão tanto para fins medicinais como para o banho. Após a queda do império Romano e do declínio dos hábitos de banho, a Europa sentiu o impacto da sujeira sobre a saúde pública. Esta falta de asseio pessoal aliada às condições de vida insalúbres, contribuíram sobre maneira para as grandes epidemias da Idade Média e, em especial, para a Peste Negra do século 14.
A fabricação do sabão era uma atividade estabelecida na Europa no início da Idade Média. As associações dos fabricantes de sabão guardavam seus segredos industriais a sete chaves. Óleos de origem vegetal e animal eram usados com cinzas de plantas e também fragrâncias. Gradativamente, uma maior variedade de sabão foi se tornando disponível para barbear e lavar a cabeça, bem como para o banho e lavagem de roupa.  A Itália, a Espanha e a França estão sempre entre os primeiros centros de fabricação do sabão. Mais tarde esta indústria também se desenvolveu na Inglaterra. Em 1.622 o Rei James I concedeu, por $100,000 ao ano, o monopólio a um fabricante de sabão.  Mais tarde, o sabão sofreu uma pesada carga tributária sendo taxado como ítem de luxo.
A grande revolução, no processo de fabricação não só do sabão, mas dos processos de limpeza em geral, foi a produção da barrilha. O químico francês, Nicolas Leblanc, deu o primeiro grande passo rumo á fabricação comercial de sabão em larga escala. Seu processo (patenteado em 1.791) utilizava sal comum (Cloreto de sódio ) para produzir barrilha (carbonato de sódio), o elemento ativo encontrado nas cinzas, que se junta à gordura para fazer o sabão. Com este processo eram geradas quantidades de soda de boa qualidade a um baixo custo.
Em meados de 1.800, o químico belga, Ernest Solvay, inventou o processo da amônia, onde também o sal comum era utilizado para fazer a soda. O processo da Solvay reduziu ainda mais o custo da soda e aumentou tanto a qualidade quanto a quantidade de soda disponível para a fabricação de sabão.
Desde 1.945 quando a MAZZONI apresentou o seu processo patenteado de secagem por atomização sob-vácuo, já são milhares de  fábricas em diversos países que se utilizam da tecnologia para a produção de sabão.