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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Faturamento cresce com a redução da informalidade


Cuca Jorge

Rose de Moraes
As indústrias de produtos de limpeza superaram mais uma vez as expectativas de desempenho setorial e devem fechar o ano de 2009 com faturamento de R$ 12 bilhões. Sob o aspecto das finanças, registraram 7% de crescimento em relação a 2008, quando o setor movimentou R$ 11,4 bilhões. Em volume de produtos comercializados, alcançaram 8% de crescimento, avanço considerado muito positivo perante a crise econômica mundial e por se tratar de setor extremamente sensível à renda da população, mas também em pleno ciclo de expansão.

De acordo com estudos realizados pelo instituto internacional de pesquisas Euromonitor, as vendas mundiais de produtos de limpeza deverão alcançar patamar de mais de US$ 138 bilhões em 2013. Tal montante oferece ao setor a perspectiva de poder contar com crescimento contínuo do mercado mundial, na casa dos 10% anuais, nos próximos anos.

“Em 2010, o nosso setor deverá continuar crescendo acima do Produto Interno Bruto (PIB), tal qual ocorreu nos últimos cinco anos, e a crise econômica de 2009 acabou produzindo efeito muito positivo, pois o consumidor ficou mais em casa e passou a utilizar mais produtos de limpeza”, comentou a diretora-executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla), Maria Eugenia Proença Saldanha. 

Segundo pesquisas divulgadas pela entidade, boa parte dos lares brasileiros já utiliza detergentes em pó para a lavagem de roupas. Mais recentemente, o consumidor brasileiro também passou a contar com inovações, como a oferta de detergentes líquidos. A categoria de produtos para a lavagem de roupas, na qual também se incluem amaciantes e itens para pré-lavagem, detém a liderança do setor do ponto de vista do faturamento, correspondendo à maior fatia, de 40%. 

“Os produtos para cuidados com as roupas têm mantido ritmo de crescimento contínuo nos últimos anos e devem continuar em crescimento em 2010, pois o mercado interno ainda tem muito a crescer”, afirmou a diretora da Abipla. Os amaciantes também têm contado com maiores vendas nos últimos anos graças à diversidade de fragrâncias oferecidas ao consumidor.

No segmento de sabões em barra, o sebo, matéria-prima para a sua fabricação, já havia alcançado alta de 50% no consumo em 2008, em virtude de sua utilização em biocombustíveis. A demanda relativa a 2009, porém, ainda está prestes a ser divulgada pela Abipla.

No segmento de águas sanitárias, os aumentos em volume em 2008 chegaram a 3,7%. Somados ao desempenho dos dois anos anteriores, o crescimento em volume foi de 9,4%, percentual atribuído ao fato de o produto ser utilizado cada vez mais para desinfecção dos lares.

Já os detergentes líquidos para lavagem de louças, de acordo com os últimos dados divulgados pela Abipla, alcançaram 1,4% de crescimento em 2008, somando, porém, 6,2% de crescimento, se forem consideradas também as vendas de 2007 e 2006. Em detergentes líquidos, é importante observar que a categoria vem conquistando maior espaço no mercado ao competir com os sabões em barra, sendo alvo de inovações permanentes, oferecendo, por exemplo, ao consumidor novas fragrâncias, que têm servido de estímulo às vendas.

Outra categoria que vem mantendo altas taxas de crescimento é a de purificadores de ar. Em volume, o crescimento registrado nesse segmento foi de 9,3% em 2008, mas, no acumulado, entre os anos de 2006 até 2008, esses produtos alcançaram excepcional desempenho, com 15,5% de crescimento.

Os limpadores multiuso constituem outra categoria que vem apresentando crescimento significativo a cada ano, respondendo por 8,9 % de aumento em volume e 14,8% de aumento em faturamento, no período de 2006 até 2008.

Segundo observadores do setor, os inseticidas constituem produtos cujo consumo tem apresentado crescimento praticamente em todas as faixas de renda da população, principalmente perante a ocorrência de surtos de doenças transmissíveis por insetos, como a dengue, entre outras, das quais o país ainda tenta se livrar.

As exportações do setor em 2009, segundo a Abipla, deverão ser 12,6% inferiores às de 2008, em razão da crise internacional. Entre os produtos brasileiros mais exportados, os destaques em 2009 deverão ficar por conta dos itens para limpeza de roupas (US$ 48,3 milhões), dos sabões em barra (US$ 28,07 milhões) e dos panos de limpeza (US$ 24,6 milhões).

Para a diretora-executiva da Abipla, uma das maiores preocupações do setor atualmente reside na falta de regulamentação de grande contingente de empresas. De acordo com o último levantamento realizado pela entidade, a informalidade abrangeu principalmente seis categorias de produtos: águas sanitárias, detergentes líquidos, desinfetantes, produtos de limpeza multiuso, amaciantes e detergentes em pó.
“Líderes entre os produtos clandestinos, somente a água sanitária atinge índice de 42% de informalidade, enquanto os desinfetantes, 30%, seguidos pelos amaciantes, 15%, e os detergentes líquidos, 7,7%, não havendo como atestar a eficácia desses produtos”, comentou Maria Eugenia. De acordo com a diretora-executiva da Abipla, isso tem prejudicado o país não só sob o ponto de vista econômico, mas também por violar preceitos fundamentais de saúde pública, colocando em risco a saúde da população que adquire produtos sem qualquer controle da vigilância sanitária e de outros órgãos de saúde pública.

O preocupante cenário de informalidade vem motivando uma série de ações de conscientização e de combate por parte da Abipla e do Sindicato Nacional das Indústrias de Produtos de Limpeza (o Sipla), sendo a mais recente
Cuca Jorge

Maria Eugenia: clandestinos põem em risco a saúde pública
a representada pela parceria entre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), para instituir programa de mobilização para a regularização de empresas do setor de saneantes. A ideia, segundo a diretora, é mostrar a importância da adequação das empresas à legislação, introduzir boas práticas de fabricação nas empresas e contribuir para o aumento da competitividade e da lucratividade, garantindo a concorrência leal no mercado.

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